quarta-feira, março 17, 2010

Hora do almoço

Era fim de tarde
Todas as aulas já tinham acabado
Ela saiu pra atender o telefone
Era a minha deixa, me despedi
Fui atrás, fiquei esperando ela voltar, num ângulo tal,
Que não pudessem nos ver
Elas veio cheia de atitude, ia me beijar, parou tão próxima
Já sentia seu hálito, sua respiração
- Aqui não, pode aparecer alguém
Saí andando, entrei na primeira sala vazia, apaguei as luzes,
Ela entrou logo em seguida
Era uma mistura de vontade, desejo, proibido
Era calmo, agitado
Era doce, com um quê de tentação, devasso
O elevador chegou, era hora de voltar pro trabalho.


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sem mais

terça-feira, março 16, 2010

Porta trancada

Queria gritar, tirar isso de meu peito,
Essa angustia, tristeza, dor...
Isso! Dor...física até, dor em cada parte
De meu corpo
Queria poder arrancar isso de mim
Mas não será necessário
Essa dor é de um coração que foi explodido,
Em pedaços impossíveis de ser reconstruído
Essa dor é de um coração que foi arrancado,
A sangue frio.
Passará, passará sim.
Da mesma forma que a dor de um membro amputado,
Passa.
Queria poder espancar, aquele que roubou ela de mim essa noite,
Mas antes que pudesse reagir,
Eu estava no chão, frágil, como um bebê, com frio,
Sozinha.
Eu não tinha esse direito, ela não era minha,
Não mais...
E foi sozinha que voltei pra casa, MENTIRA!
Mas era assim que eu me sentia,
Era assim que eu queria estar,
Era assim, que eu deveria ficar.
E é assim que eu ficarei, presa na torre mais alta,
Do castelo de gelo, do frio, da solidão, trancado por dentro.
Joguei a chave fora.

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Muitas vezes tomamos atitudes que machucam as pessoas, infantis até...
e esse foi um dia de muitas atitudes assim.

quinta-feira, março 11, 2010

Caos

“Pois tudo que eu ofereço é meu calor meu endereço”
Para muitos é o
suficiente, mas infelizmente, para a grande maioria não é tudo.
Feridas de
amores passados são, como vazamento ou assombrações, uma hora sem mais nem menos
reaparece, fazendo com que junto com ela, o medo também apareça.
Pronto, está
instaurado o caos. Medo! Medo! Medo!
Ele nos faz desistir de um grande amor,
ele nos faz recuar quando estamos sentindo a felicidade novamente. Por quê? Pelo
simples fato de termos, MEDO, de sermos arrastados para o fundo do poço, como
antes. E dessa vez não termos forças para retornarmos a superfície, sermos
dragados e nos afogarmos meio a tanta decepção.
Não damos chance ao novo, só
lembramos do que já aconteceu, o quanto nos fez sofrer, o quanto nos
machucou.
Temos que aprender que as pessoas são diferentes, os erros também,
serão igualmente diferentes, e cada um deles serve de aprendizado.
Não
podemos deixar nos fazer de refém, temos que viver cada emoção, cada sentimento.
Não existe sensação melhor do que aquela em que nosso coração dispara, bate
descompassadamente ritmado, mãos suando frio, tremeliques quando AQUELA pessoa
nos toca.
Não podemos nos privar, a vida é para ser vivida.
Não podemos
deixar de acreditar no amor, nas paixões fulminantes, naqueles que nos farão
felizes.
Eu estou vivendo, e você?

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Momento de lembranças e revolta

domingo, março 07, 2010

Dia qualquer

Era um dia, como outro qualquer, sem pretenções.
Mentira!
Eu só queria encontra-la, passar aqueles cinco minutos finais,
ao seu lado.
Tudo ocorreu como num dia qualquer, até o sono me venceu,
acabei caindo nos braços de Morfeu.
Até que como num sonho, o telefone toca,
ERA ela. ELA tinha chegado.
Com o coração em disparada, desci as pressas.
Antes de sair as suas vistas, me recompus, tentando me manter como uma
pessoa qualquer, mas ao abraça-la, me traio. Não olho em seus olhos, traição
certa as minhas palavras.
Papo vai, papo vem, como num dia qualquer, ela
toma a decisão: iria voltar pra mim, mas ainda não sabia.
O dia qualquer,
comum, terminava e começava o sonho mais real que alguém poderia ter,
inesquecível.
O melhor amigo apareceu, sem ela, fomos a sua procura. Meia
hora e nada, uma hora e nada. Fico triste, meus sonhos – não tão reais – e
desejos tinham sumido junto com ela.
Nada daquele dia importava, estar com
ela era o único fato relevante.
Nos reencontramos, os olhos brilhavam, os
corações pareciam bumbos, marcavam fortemente o compasso só nosso. Veio o abraço
apertado, as palavras dóceis: “feliz ano novo, minha linda”, “gosto demais de
você”.
Nos misturamos a multidão.Para nós, estávamos sozinhos, um momento
tão nosso, tão intimo.
Finalmente.
Mesmo com atraso, os fogos
estouraram, brilhavam no céu, de uma forma tão intensa, tão acesa, que todos os
outros sumiram com tamanho brilho.
As mãos se entrelaçavam, os corações
voltavam a bater no mesmo ritmo – o beijo aconteceu, acontecia – selava o amor
imortal entre um casal mortal: eu e ela.
Havia felicidade em nossos olhos, o
primeiro dia do ano, não era como um outro qualquer. Havia sido o dia em que
nada importava, a não ser eu e ela, havia sido o dia em que palavras de amor
saiam de nossos olhos, havia sido o dia em que eu me dera conta de que amava a
menina mulher que me fez amanhecer fora de casa, mesmo doente, no primeiro dia
do ano.

Primeira experiência do ano, real, inesquecível.